Alguns trechos interessantes do livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", de José Saramago, assim homenageio um dos meus autores prediletos que acaba de partir.
“Se ficares, arrepender-te-ás de não teres partido,
se partires, arrepender-te-ás de não ter ficado(...)
Pés que cresceram não voltam a encolher.”
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“(...) cada um olhando para dentro de si e perguntando, Quem és tu, que comigo te pareces, mas a quem não sei reconhecer, e não é que o dissessem de fato, as pessoas não se põem assim a falar sozinhas, sem mais nem menos, ou sequer o pensassem conscientemente, porém o certo é que um silêncio como este, quando fixamente olhamos as chamas duma fogueira e calamos, se quisermos traduzi-lo em palavras, não há outras, são aquelas, e dizem tudo.”
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“O mal é como a famosa e nunca vista ave Fénix que, parecendo morrer na fogueira, de um ovo que as suas próprias cinzas criaram volta a renascer. O bem é frágil, delicado, basta que o mal lhe lance ao rosto o bafo quente de um simples pecado para que se lhe creste para sempre a pureza, para que se quebre o caule do lírio e murche a flor da laranjeira.”
“O mal é como a famosa e nunca vista ave Fénix que, parecendo morrer na fogueira, de um ovo que as suas próprias cinzas criaram volta a renascer. O bem é frágil, delicado, basta que o mal lhe lance ao rosto o bafo quente de um simples pecado para que se lhe creste para sempre a pureza, para que se quebre o caule do lírio e murche a flor da laranjeira.”
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“Acontece isto muitas vezes, não fazemos as perguntas porque ainda não estávamos preparados para ouvir as respostas, ou por termos, simplesmente, medo delas. E, quando encontramos coragem para as lançar, não é raro que não nos respondam, como virá a fazer Jesus quando um dia lhe perguntarem,
Que é a verdade. Então se calará até hoje.”
José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, 16/11/1922 — Lanzarote, 18/06/2010) escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.
